
Oncologia
Ocular
por Dra. Gabriela Martines
A Oncologia Ocular é a subespecialidade da oftalmologia responsável pelo diagnóstico e tratamento de tumores ou cânceres do olho.
Além das neoplasias primárias oftalmológicas, é de competência do oncoftalmologista diagnosticar e tratar as complicações oftalmológicas de tratamentos oncológicos, principalmente em neoplasias que exigem quimioterapia, radioterapia e transplante de medula óssea. Especialidade rara, também é indicada para o tratamento de infecções oculares oportunistas em pacientes imunossuprimidos em consequência do tratamento oncológico.
Com o envelhecimento da população, assim como o aumento da sobrevida após tratamentos oncológicos, esta especialidade torna-se cada vez mais importante no tratamento integral, na saúde e no bem estar do paciente oncológico.
Dra. Gabriela Martines
CRM-SP 163.586 / RQE 70.664
Médica formada pela Santa Casa de São Paulo-SP (FCMSC-SP)
Especialista em Oftalmologia pela Santa Casa de São Paulo-SP (FCMSC-SP)
Título de Especialista em Oncologia Ocular pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP/EPM)
Membro da Sociedade Brasileira de Oncologia em Oftalmologia (SBOO)
Membro da Sociedade Panamericana de Oncologia Ocular
Chefe da Disciplina de Oncologia Ocular do Banco de Olhos de Sorocaba (BOS)
Médica Colaboradora e Orientadora do Setor de Oncologia Ocular da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP/EPM)
Título de Especialista em Uveítes pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP/EPM)
Título de Especialista em Retina Clínica pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP/EPM)
Título de Especialista em Retina Clínica pela Retina Clinic - São Paulo-SP
Título de Especialista em Oftalmologia pela Associação Médica Brasileira (AMB)
Membro do Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO)

"Para o paciente e para a família, o diagnóstico de um tumor ocular nunca é fácil. Meu objetivo principal é acolhimento com atendimento humanizado para transmitir em linguagem fácil tudo o que anos de ambiente acadêmico puderam me proporcionar"

Melanoma Ocular
MELANOMA DE CONJUNTIVA
O melanoma de conjuntiva é uma doença maligna da membrana que reveste a parte mais superficial dos olhos (conjuntiva). Assim como o melanoma de pele, ele se origina dos melanócitos, que são células pigmentadas do nosso corpo.
No caso dos olhos, o melanoma pode surgir a partir de um nevus (comumente chamado de “pinta”) que o paciente possuía desde a infância, ou mais frequentemente, de uma pigmentação anormal da conjuntiva chamada de PAM (Melanose Primária Adquirida), que surge após a idade adulta.
Os principais sintomas são: mancha escura na parte branca do olho, ou na parte interna das pálpebras, com crescimento ou escurecimento progressivos.
O tratamento é cirúrgico, com retirada da lesão com biópsia (biópsia excisional com margem de segurança) e crioterapia. Muitas vezes ainda é necessária complementação do tratamento com colírio de quimioterapia.
É uma doença com potencial de metástase e portanto deve ser diagnosticada e tratada o mais precocemente possível por um Oncologista Ocular.
MELANOMA DE CORÓIDE
O Melanoma de Coróide é o tumor maligno intraocular mais comum nos adultos. É mais frequente em pacientes maiores de 40 anos, com pele e olhos claros, sendo que a chance de desenvolver o Melanoma de Coróide cresce muito em pacientes com Melanocitose Oculodermal (Nevus de Ota).
Este câncer cresce em uma estrutura do fundo do olho chamada coróide, que é responsável pela nutrição da retina, sendo impossível de ser vista a olho nu, portanto só pode ser diagnosticada no exame de mapeamento de retina criterioso.
Os principais sintomas são flashes de luz, moscas volantes, redução do campo visual, e baixa visão. Ainda assim, grande parte dos pacientes não possuem qualquer sintoma no momento do diagnóstico, sendo descoberto em exames de rotina.
O tratamento é realizado com um tipo de radioterapia chamado Braquiterapia, ou, em casos mais avançados, com cirurgia de enucleação (remoção do globo ocular e implante de uma prótese semelhante ao outro olho).
Por ser um tumor com risco de metástase é muito importante a realização do diagnóstico e tratamento precoce por um Oncologista Ocular.
Carcinoma Ocular
O Carcinoma de Conjuntiva ou de Córnea é um tipo de câncer que afeta a membrana que reveste a parte mais superficial dos olhos.
Os sintomas mais frequentes são: mancha esbranquiçada ou avermelhada que aumenta com o tempo, sensação de areia, ardência nos olhos e piora da visão. Assim como outros tumores oculares, na maioria das vezes não gera nenhum sintoma e é apenas notado durante exames de rotina ou visualmente por familiares próximos.
O tratamento pode ser realizado com quimioterapia em forma de colírios ou com cirurgia para remoção da lesão.
Um vez feita a cirurgia, o paciente pode ainda necessitar de tratamentos complementares que variam desde quimioterapia tópica até radioterapia.
É muito importante que o diagnóstico e tratamento sejam feitos o mais precocemente possível, para preservar a visão e a saúde do paciente.


Hemangioma Ocular
O hemangioma é um tumor vascular benigno que pode ser encontrado na retina ou na coróide, estrutura que responsável pela nutrição da retina. Existem vários subtipos desse tumor, como: Hemangioma Capilar, Hemangioma Cavernoso, Hemangioma Circunscrito Difuso, etc.
É considerado benigno pois não apresenta risco de metástase ou mortalidade, porém pode levar a baixa de visão dependendo da posição em que se encontra no fundo do olho, pois está associado a descolamentos de retina seroso e edema macular.
O principal tratamento para este tumor é a Terapia Fotodinâmica (PDT). Neste procedimento o paciente recebe um corante por via intravenosa, chamado Verteporfirina, que irá se acumular no tumor. Em seguida, um laser é realizado na lesão tumoral e irá provocar a oxidação do corante e consequentemente o fechamento dos vasos sanguíneos que formam o tumor.
Por ser uma neoplasia de complexo diagnóstico e tratamento, é importante ser acompanhado por especialista em Oncologia Ocular.
Citologia de Impressão
A citologia de impressão é um tipo moderno de biópsia tecidual, indicada para o diágnóstico de lesões oculares. É de grande valia, pois é um tipo de biópsia não invasiva, ou seja, não necessita a remoção cirúrgica da lesão.
Nesta técnica de biópsia, são coletadas amostras de células da lesão ocular que está sendo investigada com uma película porosa, e as células obtidas são então analisadas após processamento em laboratório.
É um procedimento indolor, realizado sob anestesia local, sem necessidade de centro cirúrgico.
Para sua realização, é necessário que o médico realize uma avaliação prévia para análise da técnica e método a ser utilizados e material para o procedimento.
Está biópsia é indicada principalmente para o diagnóstico e acompanhamento do tratamento de lesões neoplásicas oculares como Carcinoma de Conjuntiva e Melanoma de Conjuntiva.


Braquiterapia e Crioterapia
Braquiterapia é um tipo de radioterapia a curta distância. Neste tratamento é colocada uma placa de ouro contendo sementes de material radioativo próxima ao tumor, garantindo que ele receba a maior quantidade de radiação possível para seu tratamento, com pouca interferência em outras áreas do corpo.
Esta placa é posicionada no olho durante uma cirurgia, que é realizada em ambiente hospitalar. O paciente permanece com a placa durante 2 a 4 dias, internado, e durante todo este período o tumor recebe a radiação. Depois deste período é feita nova cirurgia para retirada da placa radioativa, e o paciente recebe alta.
A principal indicação de Braquiterapia Ocular é no tratamento de Melanoma de Coróide, neoplasia maligna intraocular. No entanto, em casos avançados de Carcinoma de Conjuntiva, ou Melanoma de Conjuntiva, este tratamento é de grande ajuda para a cura dos pacientes.
A Crioterapia é um procedimento cirúrgico em que é realizado o congelamento de tecidos oculares. Seu maior uso é em tumores de superfície, sendo passo essencial na cirurgia de retirada do tumor. Além da simples remoção do tumor, a área onde o tumor se encontrava é tratada com a crioterapia: as células malignas que porventura ainda estejam na superfície ocular sofrem morte devido ao congelamento, o que reduz a chance de recidiva da lesão no local.
Outra indicação da crioterapia é nos os Tumores Vasoproliferativos, tumores de retina que podem levar a perda irreversível de visão. A crioterapia congela os tumores, que são de difícil acesso cirurgicamente, e reduz as chances de perda visual.
